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Dois anos após PM ser morto na frente do filho, família divulga vídeo do crime: 'pedido de justiça'

 


Vídeo gravado por PM assassinado em 2019 é divulgado pela polícia
1 minVídeo gravado por PM assassinado em 2019 é divulgado pela polícia
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Vídeo gravado por PM assassinado em 2019 é divulgado pela polícia


Dois anos após a morte do cabo Samuel de Sousa Borges, assassinado a tiros na frente do filho, a família do policial militar do Piauí divulgou nesta segunda-feira (1º) o vídeo do crime, que continua sem julgamento. A gravação foi feita pela própria vítima e mostra o momento em que ela é atingida por três tiros após discussão com o policial militar do Maranhão, Francisco Ribeiro dos Santos Filho.

Para a mãe de Samuel, Isabel Borges, a divulgação do vídeo somente agora é um pedido de justiça. Ela cobrou celeridade no julgamento do acusado da morte do filho e sua expulsão da Polícia Militar do Maranhão.

"Divulgar o vídeo foi um pedido de justiça. É um cúmulo uma situação dessa. Alguém que tirou a vida de quatro pessoas continuar como servidor público, recebendo salário e nunca foi julgado por nenhum dos crimes. Meu filho era justo, gostava de justiça. Nosso sentimento é de indignação e saudade", declarou Isabel Borges.

Policiais discutem durante abordagem e antes de homicídio — Foto: Reprodução

Policiais discutem durante abordagem e antes de homicídio — Foto: Reprodução

Nas imagens, o PM do Piauí aparece na frente da escola e pede para que o soldado encoste a moto, dizendo que o denunciaria à Corregedoria da PM do Maranhão. Os dois trocam xingamentos. Francisco Ribeiro estaria em atitude suspeita, em uma moto sem placa e portando duas armas.

Segundo o coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, o cabo Samuel começou a filmar com o celular no momento em que abordou o policial do Maranhão.

Policial militar do Maranhão Francisco Ribeiro durante abordagem — Foto: Reprodução

Policial militar do Maranhão Francisco Ribeiro durante abordagem — Foto: Reprodução

“Ele filmou para evitar que o soldado alegasse uma abordagem irregular, fez para tentar se resguardar. Ele abordou quando viu a moto sem placa e o volume das armas na cintura. Ele pediu várias vezes para que o outro encostasse. O caminho todo eles foram discutindo e o soldado se recusando a obedecer”, disse o delegado.

Francisco Ribeiro manda que o cabo Samuel parasse com a gravação e mostra a arma. Nessa hora é possível ver no vídeo o primeiro disparo, que atinge a mão do policial. Em seguida ele é atingido na cabeça e no peito.

Sem julgamento

Policial militar do Maranhão Francisco Ribeiro dos Santos Filho — Foto: Divulgação/PM

Policial militar do Maranhão Francisco Ribeiro dos Santos Filho — Foto: Divulgação/PM

O soldado Francisco foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil pela morte do cabo Samuel, de acordo com o inquérito do DHPP. Ele chegou a ser preso, mas foi solto em outubro de 2019 e será julgado no Tribunal do Júri, ainda sem data prevista.

Em março de 2020, o policial do Maranhão voltou a ser preso suspeito de duplo homicídio ocorrido no bairro Pedra Mole, Zona Leste de Teresina. Ele foi encaminhado para o presídio da Polícia Militar do Maranhão, em São Luís.

G1 tentou contato com o Comando da Polícia Militar do Maranhão, mas não teve retorno até a publicação da matéria. Já os julgamentos pelo Tribunal do Júri, do Tribunal de Justiça do Piauí, foram suspensos devido à pandemia do novo coronavírus.

Para o delegado, a demora para o julgamento estimula para mais crimes. Ele destacou que o soldado do Maranhão é acusado de matar o policial militar do Piauí e mais três pessoas em Teresina. Além disso, ele teria usado a mesma arma nos quatro crimes.

"Porque casos de homicídios demoram tanto para serem julgados? Se passaram dois anos e nada de julgamento, daqui a pouco esse crime prescreve. Ele deve ser condenado", comentou Barêtta.

Acusações

Delegado Barêtta questiona demora no julgamento do acusado — Foto: Foto: José Marcelo/ G1 PI

Delegado Barêtta questiona demora no julgamento do acusado — Foto: Foto: José Marcelo/ G1 PI

De acordo com a investigação, Francisco Ribeiro cometeu o primeiro homicídio em 16 de agosto de 2018. Felipe da Silva Araújo, de 30 anos, foi assassinado com três tiros após ter sido perseguido. "O acusado nega a autoria desse crime, diz que sua arma tinha sido roubada, mas não registrou queixa”, afirmou Barêtta.

O policial militar maranhense também é acusado de matar Pedro Henrique de Sousa Florêncio, de 20 anos e Diego Armando Alves do Nascimento, de 16 anos, no dia 6 de dezembro de 2018. Ao DHPP, Francisco Ribeiro Filho disse que matou as vítimas porque elas tentaram roubar sua moto.

Francisco Ribeiro é acusado da morte do policial militar Samuel de Sousa Borges, morte na frente do filho após uma discussão na Zona Leste de Teresina, em fevereiro de 2019.

Assista aos vídeos mais vistos do G1 Piauí

 

VEJA VÍDEO:

Do Portal do Zacarias

Fonte: G1 Piauí

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