Na semana passada, mais precisamente na quinta-feira (07), foi inaugurado no município de Parnaíba – PI, o Centro Integrado de Saúde da mulher – Maria do Carmo de Oliveira Souza, instalado anexo ao prédio do CES – Centro de Especialidade em Saúde, na avenida governador Pedro Freitas.
Durante a solenidade, o prefeito bolsonarista Francisco de Assis de Moraes Souza (União), conhecido popularmente como “Mão Santa”, fez um agradecimento especial ao senador maranhense Weverton Rocha, do PDT.
É que os recursos para “execução” da obra foram destinados pelo pedetista do Maranhão. Rocha enviou para o município do Piauí o valor de R$ 3,5 milhões por meio de “emendas do relator” também conhecidas como “emendas secretas” ou RP9.
Entretanto, o Blog do Domingos Costa apurou junto a políticos piauienses que o prédio “inaugurado” já existia. No local foram realizadas apenas adaptações em três salas. Já os equipamentos para realização de exames são todos alugados.
Portanto, é preciso saber como a prefeitura de Parnaíba conseguiu “gastar” R$ 3,5 milhões de emenda de um político de outro estado numa obra que já existia.
Pior que isso é o fato do senador Weverton destinar um valor tão alto para um município de outro estado enquanto dezenas de cidades “do seu” Maranhão precisam de dinheiro público para custear a área da saúde pública que tanto necessita.
O Blog do DC, agora, apura a relação da emenda do senador para o Piauí com a participação do prefeito de São Bernardo, João Igor, do PDT. Mas essa é outra história…
– Orçamento secreto
As “emendas do relator “também conhecidas como “emendas secretas” ou RP9 foram criadas em 2019 pelo governo Jair Bolsonaro com a finalidade de garantir base de apoio no Congresso Nacional, mas que nem sempre estão de acordo com os interesses públicos. Apelidado também de “orçamento secreto ou paralelo”, “Tratoraço” ou “Bolsolão” os recursos são distribuídos sem transparência e critérios claros – no mundo político, é tido como o pagamento de um toma lá, dá cá. Têm direito ao repasse o parlamentar (deputado ou senador) que vota de acordo com os interesses do governo, porém, se não for tornado público por quem recebe ou envia, é impossível saber, por exemplo, quem foi o deputado responsável pela indicação do repasse.